“PERSEVERAI EM ORAÇÃO, VELANDO NELA COM AÇÕES DE GRAÇA”
Colossenses 4:2
Velando nela não consegui descobrir, a contento, o porque desta tradução mas acredito que há fundamento para uma recomendação quanto a necessidade de continuidade sobre uma oração – qual? Como? Porque?
Antes de entrar no assunto quero aproveitar para contar uma experiência, minha, em um, entre vários velórios, no qual me fiz presente - tinha uns 15/16 anos quando faleceu uma vizinha que havia chegado de Portugal há pouco tempo; sua família era pequena (ela tinha uma só filha que também tinha uma só a qual, também, tinha uma só {Maria S., Maria B., Maria O. e Neide} – 3 vivas e uma morta); pedi à minha mãe que me acordasse às 2 horas para ir ao velório na casa vizinha, pois julgava que nesta hora, com o frio que fazia – (não sei se outono ou inverno), já não haveria mais ninguém e de fato, lá chegando, encontrei só a Maria O. e disse a ela que fosse tirar uma soneca que eu ficaria ali e assim foi – não foi fácil; quando eram 5/6 horas, olhei para fora, escuridão total (imagine como eu estava) divisei uns vultos que não eram muito distintos; quando se aproximaram da porta, vi que eram umas 5 idosas, todas vestidas de preto inclusive o véu e que tinham feito amizade com a velhota Salomé durante as missas que assistiam juntas, cada manhã. Bem, as recepcionei e pedi licença para deixá-las e pedi-lhes, também, que esperassem o aparecimento de alguma Maria pois a Neide ainda era adolescente; fui para casa dar uma boa lavada no rosto, dar uma cochilada, tomar um café e ir para o trabalho – aprendiz de barbeiro; (numa outra oportunidade , quem sabe, conto algo sobre “o aprendiz”, Tonico). Há, narrando esta minha experiência de velório, “inusitada?”, lembrei de uma do querido irmão, Gavin Aitken, creio que, de quando ela morava em Muriaé, numa daquelas enchentes tenebrosas do rio com o mesmo nome que corta a cidade, dizia ele: que lá morava um irmão que passou horrores e perdeu tudo que tinha numa das enchentes e que nas conferências em que ele se fazia presente, pedia espaço para contar sua longa “estória”; em uma delas o irmão dirigente disse-lhe que não poderia ceder-lhe espaço na programação - ao que ele furioso disse ao dirigente – “fique sabendo que lá no céu ninguém vai me impedir de contar essa minha experiência”; o irmão dirigente, tomou um fôlego e soltou “mas não se esqueça, querido irmão, que Noé vai estar lá também” Boa! Da hora! Parabéns! Para aquele irmão, dirigente, competente, preciso, “espirituoso”, simpático e outros. Comigo acontecerá o mesmo se tiver oportunidade de contar esta minha experiência (relato - velório), no céu; estará ali, por certo, RISPA (II Sam. Cap.21) com muito mais experiência de sofrimento, paciência, pranto e outros, para narrar sua vigília, sobre 2 filhos com mais 5 que foram mortos, vigília de 24 horas, todos os dias “do princípio da ceifa até Deus mandar chuva” (leia no Blog do mano Orlando – 27/04/2011).
É provável que esta ilustração, que li há algum tempo, nos ajude a avaliar um pouco mais esta recomendação – “velando nela”, dizia o comentarista: “uma mãe, pela manhã não tinha nada na dispensa para alimentar seus filhos; orou com eles e se dirigiu a mercearia, próximo a sua casa; em lá chegando, pediu ao comerciante que lhe vendesse alimentos e logo que pudesse os pagaria – ele fez um comentário e negou o fornecimento; no estabelecimento havia um cliente que autorizou o fornecimento e informou que o pagamento ficaria sob sua responsabilidade; o comerciante pediu que ela fizesse uma lista do que precisava, deu-lhe um papel e um lápis e pediu que , ao terminar, colocasse a lista num dos pratos da balança; aquela fiel cristã escreveu “Senhor tu sabes tudo que preciso” e colocou num prato da balança o qual pendeu, totalmente, para um lado - ao que vendo aquilo, o comerciante comentou, com algum sarcasmo “que papel pesado” leu, e colocou-o de volta na balança e começou a colocar no outro prato(levantado, ainda), tudo que hoje chamaríamos de “cesta básica”, para nós: arroz, feijão, macarrão, óleo, sal, café, açúcar etc.., até que os pratos se igualaram (ficaram no mesmo nível para que o fiel da balança acusasse o peso); aquela fiel e confiante irmã voltou para casa a bastecida para suprir a necessidade dela e especialmente de seus filhos”. Quero crer que ela foi para o estabelecimento VELANDO NELA (oração que havia feito – antes de ir e lá, quando escreveu naquele papel e continuou até o resultado final). Depois, voltado e dali para frente, só “AÇÕES DE GRAÇA”.
Creio que esta mulher bem conhecia o relato de Lucas 11:7,8 “...importunação...” (velando nela?) ...”lhe dará TUDO o de que tiver necessidade.” É provável que também conhecia o fiasco de Pedro, Tiago e João quando deixaram de VELAR (vigiar), mesmo a pedido do Senhor Jesus para que fizessem isto enquanto Ele adentrava o horto para “orar intensamente” e continuava a orar, ( 1,2 3 vezes), e os dorminhocos de 1ª categoria lá fora, totalmente alheios ao que estava se passando com o Senhor e o que estava para acontecer com Ele – a piedosa irmã, do relato acima, não seguiu este mau exemplo e é bom nos cuidarmos para que não aconteça conosco também – obedeçamos a admoestação de Col. 4:2, VELANDO NELA, (oração), com AÇÕES DE GRAÇA.
Pesquisei dicionários e comentários bíblicos mas não encontrei nada que me satisfizesse totalmente; no Novo Comentário da Bíblia (que é velho ) diz: não deve haver indolência nem negligência com respeito à oração. MOFFATT, enquanto não aderindo rigorosamente ao original, dá uma sugestiva versão: “mantende o vosso entusiasmo pela oração”. Amém!